Quase lá

Pelotense tenta vaga nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude de 2024

Aos 16 anos, Eduardo Strapasson precisa disputar duas etapas na Áustria, em dezembro, para garantir presença no skeleton

Foto: Divulgação CBDG - Eduardo pratica o skeleton desde fevereiro deste ano e a cada etapa alcança melhores resultados

Pelotas poderá ter um representante nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude (YOG). Aos 16 anos, Eduardo Strapasson está perto de fazer história ao ser o primeiro pelotense a participar do evento que acontecerá em Gangwon, na Coreia do Sul, entre os dias 19 de janeiro e 1º de fevereiro de 2024. 

Para confirmar a vaga, Eduardo precisará disputar duas etapas do circuito mundial de skeleton, na Áustria, em dezembro, e necessita apenas completar as provas para atingir as exigências mínimas para conseguir representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude.

O jovem pelotense vem tendo uma ascensão meteórica no esporte. Eduardo começou a praticar o skeleton apenas em fevereiro deste ano e, com pouca experiência, vem obtendo resultados cada vez melhores. No início do ano, ele atendeu uma convocação da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) para compor a equipe de skeleton do Brasil. O objetivo da CBDG era recrutar atletas para as modalidades de skeleton e monobob, para representar o Brasil nos Jogos.

Para participar do YOG, os atletas precisam ser nascidos entre 2006 e 2009. A Confederação buscou por nomes no Canadá, EUA e Brasil. Cauê Miota, que reside em Calgary, no Canadá, se tornou o primeiro qualificado do País, também no skeleton.

Já André Luiz da Silva e Luís Filipe Seixas foram selecionados no monobob.

Critérios de qualificação

Para se qualificar, o atleta precisa ter participado de ao menos oito competições das 12 do circuito, entre as temporadas 2022/23 e 2023/24. Como Eduardo começou mais tarde, teve a chance de competir apenas duas vezes na temporada passada, e por isso precisou ter resultados em todas as seis etapas restantes desta atual temporada.

No mês passado ele disputou duas etapas na Noruega e recentemente completou mais duas provas na Coreia do Sul, faltando as duas etapas da Áustria, que serão disputadas em dezembro, para carimbar o passaporte rumo aos Jogos Olímpicos.

No momento, Eduardo está com uma lesão no ombro, mas que não preocupa o pelotense para seguir competindo no próximo mês. Ao contrário, ele mostra confiança em garantir a classificação e se diz satisfeito com os resultados obtidos.

“Tenho certeza que conseguirei a vaga olímpica. Eu estou super feliz com o meu desempenho nas últimas competições, especialmente aqui em Pyeongchang [local em que acontecerá o skeleton nos Jogos Olímpicos]”, disse Eduardo ao DP.

Evolução no esporte

Eduardo é filho de Emílio Strapasson, atual diretor das modalidades de bobsled e skeleton e ex-presidente da CBDG. Emílio explica que o garoto vem tendo uma evolução muito grande no esporte. No início do ano, enquanto estava aprendendo, foi o último colocado em ambas as etapas.

O cenário mudou quando o jovem pelotense trocou de treinador. Ele passou a trabalhar com o espanhol Ander Mirambell, mesmo técnico da rio-grandina Nicole Silveira, que representou o Brasil no skeleton nos Jogos Olímpicos de Inverno no ano passado.

Já na etapa da Noruega, com o novo treinador, Eduardo apresentou uma grande evolução. Na semana passada ele terminou uma das etapas em nono, superando atletas com mais experiência e se aproximando do pelotão mais veloz. Na etapa anterior, na Coreia, tinha mostrado melhora quando fez uma descida e ficou apenas um segundo e 14 centésimos atrás do atleta mais rápido.

Nos treinos, Eduardo teve acompanhamento do seu treinador físico, Ícaro Schultze, que preparou uma rotina personalizada levando em consideração as particularidades da modalidade. Além disso, o atleta participou de um camp de um mês na Coreia do Sul, entre junho e julho. No local, passou por uma carga de trabalho intenso com treinos de largada e treinos físicos. A pilotagem é treinada realizando o maior número de descidas possíveis antes das competições.

Projeto New Horizon

Os atletas brasileiros fazem parte de um projeto coreano que estimula o desenvolvimento das modalidades de inverno em países não tradicionais. O Brasil foi convidado, juntamente com várias nações como Colômbia, Tailândia, Tunísia e Essuatíni. Todo o investimento de viagens e preparação é feito pelos coreanos, que agora vão preparar os atletas brasileiros na pista olímpica até o final do mês, sendo uma vantagem que nenhum outro país tradicional terá.

O skeleton

Disputado individualmente, o skeleton é considerado um dos esportes de inverno mais radicais. Nas competições, o atleta se lança em um trenó e desce de cabeça a pista. Ele faz de duas a quatro descidas e vence quem tiver o menor tempo no total.

Assim como o bobsled, a origem do esporte remonta ao século 19, com a popularização dos trenós como meio de transporte em montanhas. Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e Canadá são alguns dos países que se destacam nas principais competições internacionais, mas a modalidade vem se expandindo a outras nações, como Coreia do Sul, Austrália e o próprio Brasil.

Emílio Strapasson explica que, para ter sucesso no skeleton, três fatores são fundamentais: equipamento, pilotagem e largada.

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